A epidemia de 1858 e outras causas
de morte
No
ano de 1858, principalmente no mês de Maio, a morte foi implacável para as
crianças do concelho, neste caso específico, do Soito.
Nesse
ano, dos 156 óbitos verificados, (o número mais alto da história do Soito) mais
de metade (82) tiveram lugar no mês atrás citado e o falecido mais velho tinha
apenas 15 anos.
Cento
e quinze foram registados como “inocentes” (até aos 10 anos), 17 entre os 11 e
os 20 anos, 11entre os 21 e os 50 anos, 11 entre os 51 e os 79 anos e apenas
dois com 80 ou mais anos.
Aos
82 falecidos no mês de Maio, seguem-se 24 em Abril, 17 em Junho, 8 em Julho e 6
em Agosto.
Nos
meses de Março, Outubro, Novembro e Dezembro registaram-se 4 óbitos em cada,
Setembro e Fevereiro 2 em cada e apenas 1 em Janeiro.
Nos
dias 12, 13 e 16 de Maio contam-se 7 funerais por dia e nos dias 20 e 30 foram
registados seis em cada.
Nos
dias 6 foram a enterrar dois irmãos de 1 e 3 anos, e no dia 20: um de 3 outro
de 13. No dia 13 também foram sepultados dois irmãos mas não são referidas as
idades.
Dos
falecidos, cento e vinte e nove foram sepultados no cemitério da freguesia e
vinte e oito na Capela de Santa Barbara, conforme se pode ler nos assentos
lavrados pelo pároco de então, o Padre João António Monteiro.
A
principal causa apontada, nos termos em que nos foram legados os seus registos,
foi o “contágio das bexigas”, doença hoje chamada varicela.
Nos
assentos dos registos de óbitos do século XIX, cada pároco mencionava também e
dentro dos conhecimentos de então, a provável causa de morte, o que era feito
em termos populares já que a medicina, à época, dificilmente chegava a esta
região:
De
entre as várias causas apontadas podemos ler; “febre catarral, febre gástrica, febre crónica, febre lenta, hidroperia,
moléstia crónica, apoplexia, carbúnculo, cancaro, estepor, tifo, intrite,
peste, morte repentina”, etc.
ticarlos
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