Situado no lado direito, no caminho
que conduz do Robalbo à ponte da Granja, este Cruzeiro lembra a intolerância, a
prepotência e o negativismo das forças da ordem de então e da lei que as regia,
assim como o baixo conceito em que era tida a vida humana num país que havia
sido o primeiro da Europa a abolir a pena de morte mas que na prática, a ela
condenava sem julgamento.
Ali foi assassinado pelas forças
da Guarda Republicana, quando transportava odres de azeite no seu cavalo,
destinados ao comércio afim de por este meio poder subsistir, ele e a família, no
dia 27 de Agosto de 1954 José Augusto Ventura nascido no dia 28 de Outubro de
1914, filho de Manuel Ventura e de Aurelina Jorge. Casou no dia 28 de Novembro
de 1936 com Maria Rosa Nunes Alfaiate e deixou 5 filhos quatro deles menores.
Mandado parar pelos agentes, não
obedeceu, certo de que lhe seria apreendido o produto que transportava mais o
cavalo, podendo também ir preso caso fosse apanhado, em resultado do não
acatamento da ordem de parar, foi alvejado com as balas mortíferas da autoridade
e morto sem julgamento, tendo como único crime o facto de procurar sustento
para si e para os seus.
Este acontecimento foi motivo de
indignação dos populares, que à hora do funeral queriam passar pela porta do
Posto da GNR mostrar o produto da desumanidade dos guardas, estes já precavidos
e apoiados com reforços vindos de outros quartéis, estavam preparados e com
metralhadoras apontadas ao cortejo e não hesitariam em disparar sobre pessoas
pacíficas e desarmadas.
Disse alguém, que o autor de tal
crime foi transferido e como “prémio” pelo mal que fizera, havia sido
promovido.
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