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Festas e romarias

Festas e Romarias

Festas populares

Por alturas do São João e do São Pedro, havia bailes em quase todos os bairros da povoação desde Santo Amaro ao Forte e à Praça, ou à Macieira e ao Vale.
Todos participavam, mas eram principalmente as raparigas que enfeitavam os “paus” (pinho central enfeitado com rosmaninho e bela luz) e ali dançavam em redor, ao toque do realejo e mais tarde ao toque da concertina.
Quase todos os Domingos se realizavam bailes de roda, que na falta de música, eram marcados pelo som das cantigas populares e tradicionais.
Como resíduo dessa tradição, embora alterada, continuam a realizar-se as festas dos Santos Populares no Bairro de Santo Amaro.



Nossa Senhora dos Prazeres

A principal festa religiosa é em louvor de Nossa Senhora dos Prazeres, cuja ermida remonta para lá do século XVII e se situa abaixo do cabeço da Granja e a quem os habitantes desta terra, residentes e muitos emigrantes, prestam veneração desde há vários séculos e a honram com festa no fim-de-semana da Pascoela onde todos se deslocam em procissão para a celebração da missa da festa continuada pelo almoço das famílias e grupos de amigos que se reúnem um pouco por todo o espaço que circunda a Ermida. È certo que a capela (esta ou outra primitiva) é de construção anterior a 1758, pois já nesta data era relatada pelo Padre Hipólito Tavares nos dados fornecidos ao Cadastro do Reino, refira-se a propósito, que o Padre Hipólito celebrou no Soito o seu primeiro baptizado em 10 de Julho de 1745 e o ultimo funeral a 22 de Maio de 1786, o que totaliza cerca de 41 anos como pároco da freguesia.
Até aos anos sessenta do século passado os devotos iam a pé ou em carros de vacas e carroças, hoje fazem-se transportar em largas centenas de automóveis que dão colorido a toda
a zona envolvente, onde, aqui a ali, as fogueiras para assar a carne são tantas como as famílias e grupos de amigos que participam na festa.
A festa na sua vertente religiosa começa no sábado de Pascoela com procissão nocturna com banda de música transportando a imagem da Senhora desde a capela de São Modesto até à Igreja Matriz onde se celebra a Missa.
No Domingo os festejos são na Vila com Missa solene e a tradicional procissão pelas ruas habituais, de tarde a Banda dá um concerto no adro da Igreja.
A segunda-feira divide-se entre o sagrado e o profano; primeiro pelas 10 horas a imagem é conduzida em procissão desde o povo até à Ermida, numa distância de cerca de 5 km, a que se segue a Missa e procissão do adeus em volta do recinto.
Acabados os festejos religiosos segue-se para o almoço obrigatoriamente composto de carne de borrego assada no próprio local bem como de outras iguarias ali preparadas ou já vindas confecionadas de casa. Á noite  segue-se o tradicional baile na sede da ACDS.
Na terça-feira e para cumprimento da tradição realiza-se uma “capeia” (nome dado a uma garraiada popular) sempre bastante concorrida, na Praça principal da Vila


Santo António

As origens desta festa perdem-se no tempo e não há documentos que nos habilitem ao conhecimento do que foram os seus princípios, sabemos que se realizou durante séculos no próprio dia 13 de Junho, dia do Santo (e dia santo no Soito) e que na década de 80/90 do século passado foi transferida para o mês de Agosto devido à presença nesse mês de um maior número de pessoas, principalmente emigrantes que vinham de férias e a tornariam mais concorrida, porém, o Santo não terá gostado, porque coincidência ou não, nesses dias havia quase sempre graves acidentes de viação, os quais redundaram em alguns mortos, assim a festa voltou de novo a Junho muito embora não seja sempre no seu dia, mas sim no Domingo mais próximo quando o dia 13 não recai num fim-de-semana.
Também costuma ter direito a banda de música, procissão, Missa de véspera e Missa e procissão no Domingo.





Espírito Santo


A festa em louvor do Espírito Santo foi em tempos uma das mais participadas e importantes festas do povo, era e é a festa dos solteiros, pois são eles os mordomos nomeados para a levar a cabo, embora sejam os pais a assumir as responsabilidades próprias dos festejos.
Hoje a festa continua a realizar-se embora já sem a fé e o peso espiritual de outros tempos.
A capela do Espírito Santo é uma das mais antigas, senão mesmo a mais antiga da Vila.

Santo Amaro

Santo Amaro é um bairro orgulhoso do seu nome e das suas raízes e foi construído ao redor da capela do Santo, Santo que em meados do século XVIII era tido como muito  milagroso, pois segundo dados do Padre Hipólito: à capela de S. Amaro no dia 15 de Janeiro acode muita gente em romaria e se acharam na mesma capela mais de duzentas mullatas de pao que ali tem deixado as pessoas tolhidas e ali todas que são milagres que o Santo tem feito por ser imagem muito milagrosa.
Embora não tenha hoje a importância desses tempos, esta festa continua todos os anos, no dia 15 de Janeiro, a ser recordada de modo mais simples, mas com a fé inabalável dos habitantes do bairro que ciosos do que é seu, se esforçam por manter alguns costumes e tradições.
Nos séculos XVII e XVIII, a devoção a Santo Amaro era das mais fortes e sentidas na freguesia e aqui acudiam fieis de varias terras para cumprir promessas, e deixar formas de madeira, representando as curas que o Santo efectuava, á semelhança do que acontecia em outras capelas, nomeadamente em Santo Amaro, próximo da Cerdeira, onde ainda há poucos anos vi, mas ao abandono, variadíssimos objectos de formas segmentais do corpo humano, como prova da fé dos nossos antepassados não muito distantes e que eram testemunho históricos de um passado que não pode ser esquecido.





Santa Isabel

A festa em honra de Santa Isabel era realizada invariavelmente no primeiro Domingo de Julho, era a padroeira da Santa Casa da Misericórdia do Soito e era na tarde desse dia que após a festa se elegiam os Mesários para o ano seguinte conforme os estatutos: “dia de nosa Señora da Visytaçam pera se elegerem os oficiaes que ajam de servir e governar aquelle anno as obras de misericórdia na maneira que será dito” 

A sua origem deve ter sido simultânea à fundação da Misericórdia que podemos situar no século XVI ou XVII e deixou de ser celebrada por volta de 1922 sem que descortinemos motivações para tão abrupto final.
A documentação referente a estas festas só está disponível a partir de 1848, ano em que custaram 13.800 reis, em 1855 custaram 41.450 reis embora estejam incluídos “2 vestidos, um de chita, outro de seda, dois mantos, feitio e utensílios para a sua confecção”
As festas eram abrilhantadas por banda de música, tambores e não faltava o fogo de artificio; em 1860 foram gastos 2.600 reis em foguetes.


São Cristóvão

Iniciada em 1964 com o nome de festas civís e promovida pelos motoristas da nossa terra, entre os quais Manuel José Lopes, Manuel Joaquim Rito e os irmãos José e António Fernandes Oliveira, esta festa já foi considerada como uma das melhores da Raia.
A imagem do Santo, em mármore cinzelado foi colocada próximo da actual localização em 25 de Julho de 1967.
Foi transferida para o local onde hoje se encontra, depois de alargado o espaço circundante, em princípios de 1985 e novamente mudada, três metros para poente, em Fevereiro de 2016 para melhorar o trânsito na Rotunda.
Durante quase quatro décadas, aqui vimos actuar os melhores artistas da música e da revista deste país.

Desde Amália, Linda de Suza, Fernando Pereira, Alexandra, Ana, Jorge Ferreira, Luís Filipe Reis, António Pinto Basto, Tereza Tapadas, Rutt Marlene, Os Santa Maria, Tony Carreira, Roberto Leal, José e Ana Malhoa, Pedro Barroso, Tina, Toy, Emanuel, José Alberto Reis, Mónica Sintra, Micaela, Saúl, Ágata, Adelaide Ferreira, Marco Paulo, Maria Armanda, Chiquita, Fernando Farinha, Tristão da Silva Júnior, Tonicha, Carlos Paião (no ano em que um fatal acidente o vitimou), Nuno da Câmara Pereira, Frei Hermano da Câmara, Quim Barreiros Ilda de Castro, Tó Maria Vinhas, Anabela, José Manuel Concha, Dulce Guimarães, Dina Trindade, Paço Bandeira, Cândida Branca Flor, José Cid, Lena D’água, Jorge Fernando, Nuno da Câmara Pereira, Frei Hermano da Câmara, Fernando Correia Marques, Raul ouro negro e muitos outros.

Conjuntos e orquestras para os mais variados gostos, também passaram pelo Soito ao longo destes anos: Restauração, Reino de Munt, São Diego, Nevada Ivanix, Os Ibéricos, Primosgénitos, Adágio, Renovação 3, Som Livre, Tropical, Até Kinfim, Apocalipse, Petralusa, Trio Odemira, Brigada Victor Jara, Ronda dos Quatro Caminhos, UHF, Despe e Siga, Quinta do Bill, etc. etc.

Também a revista à Portuguesa marcou presença nas nossas festas; Carlos Cunha e Marina Mota, Fernando Mendes e Rosa do Canto.
Em 2006 e após um interregno de três anos, as festas voltaram a realizar-se, esperamos que para continuar.
ticarlos



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