Avançar para o conteúdo principal

Soito: O nome.

Se algo do que lerdes vos parecer duvidoso, praza-vos de o deixar em dúvida.
(…?)


O Nome
                                                            
Souto ou Soito? 

Não há dúvida de que o nome advém do facto de os limites deste povo estarem noutros tempos, nomeadamente até à década de 70 do século passado, cobertos por milhares de castanheiros a cujo conjunto em épocas remotas, se chamava Sotto (bosque denso, mata de castanheiros) e que ao longo do tempo evoluiu até ao Soito de hoje.
Embora hoje a terra se encontre quase despida destas árvores, o certo é que eu já me lembro de elas serem incontáveis e de tamanho notável, algumas tinham mais de 3 metros de diâmetro.
O primitivo nome teria sido Sotto, tendo evoluído ao longo do tempo e passando por Soutto, Souto e Soito.
Segundo A. de Almeida Marques, autor de dezenas de livros sobre história, em Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas publicado em 1997, o Soito, então Sotto, teria sido, no século VI-VIII, uma civitas de Transcudani que pertencia á Diocese da Caliábria.
Houve épocas em que este povo era identificado como Souto de Riba Côa ou Cima Côa conforme pode ser lido nos registos paroquiais e outros.
Desde 1687 até pelo menos 1705, o Padre António B. de Azevedo, então pároco do Soito escreveu sempre Soutto nos seus registos e a partir daí Souto e Soito têm vindo a ser usados quase em paralelo.
O nome confunde-se e alterna no tempo já que aparece o nome de Souto em várias passagens documentais, nomeadamente na lista das Igrejas de Riba Côa datada de 1321, no Cadastro da população do Reino de 1527 e no Dicionário Geográfico do Reino de Portugal de meados do século XVIII, entre outros. Continuou o nome de Souto a ser usado pelos CTT e alguns departamentos governamentais, digo alguns, porque por exemplo a Repartição de Finanças e a Câmara Municipal já há muito que vinham a usar o nome de Soito na documentação que referia esta povoação.
 No relatório de contas da Santa Casa da Misericórdia datado de 1847 já era Soito o nome referido, mais, toda a documentação da Misericórdia, num espaço de mais de 80 anos até 1934, refere apenas Soito, porém a partir desta data, Souto e Soito alternam entre si numa diferenciação que só pode ser atribuída ao critério ou à simpatia de cada Secretário, Provedor, ou a qualquer pena que ao sabor de quem a movia, escrevia um ou outro termo.
Também nas actas das sessões de Câmara (as existentes) desde o primeiro quartel do século XIX até hoje, acontece o mesmo: cada Secretário escrevia o termo que mais lhe agradava ou lhe impunham superiormente.

Nos próprios registos paroquiais de óbitos, baptizados e casamentos, Sotto, Soutto, Souto e Soito alternam desde há séculos conforme o gosto ou a vontade do pároco da época.
O Governo Civil da Guarda, em vários alvarás de nomeações de regedores da década de sessenta do século XX escreve Soito; no alvará n.º 28 de 25 de Fevereiro de 1935, que nomeia a Comissão Administrativa para a SCMS, refere Souto e quase oito anos depois a mesma entidade, no alvará n.º 55 de 1 de Novembro de 1943 escreve Soito.
Os recibos da contribuição predial dos prédios rústicos, pertença da Santa Casa, e referentes a 1926 e outros, emitidos pela Repartição de Finanças do Sabugal diz: Misericórdia do Soito.
Várias cartas vindas do Ministério do Interior, são endereçadas à Misericórdia do Soito-Sabugal
Na lista do código postal, edição actualizada em 1996, pode ler-se: 6320 Soito.
A maioria dos historiadores e escritores contemporâneos refere-se a este povo usando e aceitando Soito como nome mais conhecido e vulgarizado.
O Dr. Joaquim Manuel Correia em Memórias do Concelho do Sabugal refere Soito (Pag 1) ou Souto (diversas), assim, qualquer dos termos aceitar-se-á por correcto embora eu, pessoalmente, prefira usar o nome de Soito e gostasse que o ver tornado oficial para evitar confusões, daí que apele aos órgãos oficiais representativos do povo para que iniciem o processo legal de alteração e confirmação do nome de Soito a fim de evitar uma dualidade tantas vezes embaraçosa e até confusa para quem desconhece a região, visita a nossa terra e, até para os próprios habitantes.  
Pelo que sabemos de testemunhos de respeitáveis anciãos, o nome Soito tem vindo desde há séculos a ser usado no modo verbal e é Soito o nome porque foi e é conhecido a portas fora, no entanto Souto tem sido usado na forma escrita ainda que não de modo absoluto.
ticarlos




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Família Garcia Pereira

Família Pereira (Descendência) Gregório de Carvalho, filho de Bernardo de Carvalho e de Catarina Antunes, foi batizado no dia 30 de Março de 1674 e casou no dia 11 de Junho de 1702 com Ana Pereira, batizada no dia 22 de Abril de 1679 filha de Gonçalo Pereira e de Maria Nunes, sendo testemunhas Francisco Antunes e Domingos Nunes. Filhos A: Manuel Pereira, casou no dia 17 de Novembro de 1741 com Elena Fernandes , filha de Francisco Fernandes e de Luísa Fernandes (também chamada Luísa João). Helena faleceu no dia 20 de Novembro de 1762. Filhos: Segunda Geração A:1: Manuel Pereira, foi batizado no dia 23 de Dezembro de 1742 e casou no dia 14 de Janeiro de 1764 com Maria Gonçalves (Correia), filha de Manuel Gonçalves e de Maria Gonçalves Correia. A:2: Maria Pereira, foi batizada no dia 6 de Novembro de 1744 e casou no dia 5 de Outubro de 1766 com Domingos Gonçalves Louceiro, filho de Domingos Gonçalves Louceiro e de Maria João. A:3: António Pereira, foi batizado no dia...

Família Rito

Resumindo um historial de cerca de 250 anos, este trabalho está incompleto. Faltam ainda duas e nalguns casos três gerações para anexar e como muitos já nasceram fora do Soito, só eles mesmo, ou os familiares podem completar o que falta se para isso estiverem de acordo. Aceitarei todas as informações que me queiram prestar. Família Rito Manoel Manso Vas, nas ceu no dia 29 de Novembro de 1741 e casou com Rita Nunes no dia 17 de Julho de 1771 e, já viúvo, faleceu no dia 26 de Abril de 1811, com 70 anos e foi sepultado na antiga Capela da Misericórdia. Ele filho de Manoel Manso Vas (a) e de Catherina Gonçalves. Neto pela parte paterna de Domingos Manso e Maria Gonçalves (Vas) e pela materna de Lucas Gonçalves e Maria Afonso. Rita era filha de Domingos Nunes e Maria Martins (casados no dia 23 de Outubro de 1747) e neta pela parte paterna de Joam Nunes Alferes e Catherina Nunes e pela materna, de Francisco Martins Grencho e de Isabel Vas. (a) (Não encontramos o assento de batis...

Família Carrilho

Carrilho Com este trabalho não pretendo fazer a árvore genealógica desta família, apenas dar um contributo para um maior conhecimento àqueles que estiverem interessados. Continuarei as buscas e editarei, acrescentando, quando tiver mais elementos que o justifiquem. Divido por gerações a partir do primeiro Carrilho que casou no Soito e que já são 12. 1ª Geração 1 : No dia 1 de Maio de 1689: Luís Carrilho, natural da vila de Alfaiates, filho de Miguel Carrilho, já defunto e de Sebastiana Gonçalves, moradores na vila de Alfaiates, casa com Anna Gonçalves, filha de Manuel Gonçalves Lucas e de Isabel Gonçalves, já defunta, deste lugar do Soutto. (Foram “recebidos” pelo Cura António B. de Azevedo) 2ª.Geração 1 : Um filho: também Luís Carrilho, casa com Maria Dias, porém não temos acesso ao assento de casamento em virtude de um iato documental. Casou segunda vez no dia 12 de Maio de 1731 com Isabel Nabais, filha de Domingos Carvalho e de Isabel Nabais. -----------------------...